"Todo aquele que ler estas explanações, quando tiver certeza do que afirmo, caminhe lado a lado comigo; quando duvidar como eu, investigue comigo; quando reconhecer que foi seu o erro, venha ter comigo; se o erro for meu, chame minha atenção. Assim haveremos de palmilhar juntos o caminho da caridade em direção àquele de quem está dito: Buscai sempre a Sua face."

Agostinho de Hipona



segunda-feira, 7 de setembro de 2009

Deus já sabe, mas vou orar!






Publicada em, 16 de novembro de 2008
Se Deus já sabe, por que orar? Não é apenas nome de um livro escrito por Douglas Kelly (São Paulo: Cultura Cristã, 1996), mas a pergunta de muitos, discípulos ou não discípulos de Jesus.


Num mundo onde ‘não se precisa de Deus’, orar não faz sentido. Ora, para quê orar se tenho um excelente emprego e toda necessidade material que possuo pode ser suprida pelos recursos recebidos mensalmente? Para quê orar quando estou doente, se basta eu acionar meu convênio médico e ter acesso ao melhor profissional especialista na área como também o melhor hospital ou clínica? Para quê orar pela conversão do cônjuge, filhos, familiares ou amigos se, caso sejam escolhidos por Deus para a salvação, serão salvos um dia? Para quê orar e falar com o Todo Poderoso abrindo meu coração, se tenho excelentes pastores que me ouvem, bem como profis­sionais e amigos que sempre têm uma palavra amiga e animadora? (Jesus disse que quem pensa não precisar de Deus, é louco – leia Lucas 12.13-21).


Bem, com esta linha de raciocínio será difícil pensar em orar! Então responda: Qual a sua maior motivação para desen­volver vida de oração? Se sua resposta for utilitarista, você não tem motivo algum para orar. Se sua resposta for voltada para a necessidade de um relacionamento pessoal da criatura com o Criador, você tem todos os motivos para orar.


É claro que Deus sabe todas as coisas. O escritor aos Hebreus afirmou: “E não há criatura que não seja manifesta na sua pre­sença; pelo contrário, todas as coisas estão descobertas e patentes aos olhos daquele a quem temos de prestar contas.” (Hebreus 4.13 RA). O salmista também declarou que Ele é Onisciente (sabe todas as coisas, possui toda sabedoria) – Sl 139.1-6; é Oni­presente (tem todas as realidades diante de Si) – Sl 139.7-12; e é Onipotente (possui todo o poder) – Sl 139.13-18. Então oração não é para informar Deus das minhas necessidades ou desejos. Ele os conhece – Mt 6.8. Deus privilegia seus filhos e filhas com o livre acesso a Ele por meio de Jesus Cristo Seu único filho, para que tenhamos comunhão com a Trindade: Deus Pai, Deus filho e Deus Espírito Santo. Esse é um dos principais mo­tivos da oração! A oração é instrumento de comunhão, de desenvolvimento de amizade com a Santíssima Trindade. A oração é para desenvolvimento de intimidade. Não há nada que lhe dê um relacionamento mais íntimo com Deus do que a oração. A oração é um conversar com Deus que gera comunhão, intimidade, transformação, crescimento!


Além da intimidade desenvolvida com Deus, da transformação e do crescimento recebidos dessa relação, a oração é um meio, um instrumento que Deus determinou para que seus propósitos se cumpram.


Tudo o que Deus decretou que aconte­cesse antes mesmo da fundação do mundo, se realiza e cumpre a partir das nossas orações. Quando pensamos num Deus Soberano, reconhecemos que Ele estabeleceu não apenas os efeitos, mas também as causas; não apenas o que aconteceria, mas o meio pelo qual aconteceria! A oração é parte do plano de Deus! Ao orarmos, aquilo que Ele determinou se cumpre! Por isso Jesus nos ensinou a orar: ‘... faça-se a Tua vontade, assim na terra como no céu’, e também passava horas na presença do Pai em oração, ‘... retirou-se para o monte, a fim de orar, e passou a noite orando a Deus’.


Deus determinou, soberana e livre­mente, que certas coisas vão aconte­cer, e também decretou que tais coisas acontecerão através dos meios que Ele mesmo determinou, e um desses meios é a oração! Quando eu oro Deus realiza os seus desígnios eternos na minha vida e no mundo inteiro! Lembre-se de que é Ele ‘... quem efetua em vós tanto o querer como o realizar, segundo a sua boa vontade.’ (Fp 2.13)


Assim, minha oração não muda a Deus nem seus desígnios “Mas, se ele resolveu alguma coisa, quem o pode dissuadir? O que ele deseja, isso fará.” (Jó 23.13), mas muda a mim mesmo, minhas motivações, meus desejos, minhas orações, fazendo-as coincidir à Sua Vontade Soberana!


Consciente de que Deus já sabe de tudo, já escreveu toda a história e conduz tudo conforme Sua vontade, vou buscar uma vida de oração constante: primeiro para aprender mais do Pai e ser como o Filho pela capacitação do Espírito Santo; quero mais intimidade com a Trindade; segundo, para que aquilo que o SENHOR determinou se cumpra para a Sua Glória!


Sim, Deus já sabe e vou continuar orando! Cada dia mais! E você?

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