"Todo aquele que ler estas explanações, quando tiver certeza do que afirmo, caminhe lado a lado comigo; quando duvidar como eu, investigue comigo; quando reconhecer que foi seu o erro, venha ter comigo; se o erro for meu, chame minha atenção. Assim haveremos de palmilhar juntos o caminho da caridade em direção àquele de quem está dito: Buscai sempre a Sua face."

Agostinho de Hipona



segunda-feira, 28 de fevereiro de 2011

Série Oração do Pai-Nosso - A oração cristã (2ª)

Publicaremos mais uma série de 7 postagens de autoria do Pastor John Stott sobre A ORAÇÃO DO PAI-NOSSO contidas no Devocionário “A BÍBLIA TODA O ANO TODO”, Editora Ultimato.

No ensino de Jesus sobre a oração, conforme registrado em Mateus 6.7-15,  Ele enfatiza que a hipocrisia não é o único pecado a ser evitado na oração. Há outro, que são as “vãs repetições” (v.7, ARA), ou expressões sem sentido e mecânicas. O primeiro é a tolice do fariseu; o segundoi é do gentio, ou pagão. A hipocrisia é uma deturpação do propósito da oração (desviando-a da glória de Deus para a glória do eu); a verborragia é uma deturpação da própria natureza da oração (tornando-a, de uma abordagem real e pessoal a Deus, em um mero recitar de palavras). Jesus então contrtasta o modo pagão de eloquência sem sentido com o modo cristão da comunhão significativa com Deus, e ilustra isso por meio da beleza e do equilíbrio da oração do Pai-Nosso.


”Não sejam iguais a eles [os pagãos], porque o seu Pai sabe de que vocês precisam, antes mesmo de O pedirem.” (Mateus 6.8)

A razão pela qual os cristãos não devem orar como os pagãos é que cremos no Deus vivo e verdadeiro. Não devemos fazer como eles fazem porque não devemos pensar como eles pensam. Pelo contrário, “o seu Pai sabe do que vocês precisam, antes mesmo de o pedirem”. Ele não é nem ignorante acerca de suas necessidades nem hesitante em atendê-las. Por que, então, devemos orar? Qual a utilidade da oração? Deixemos Calvino responder às nossas perguntas com sua costumeira clareza:

“Crentes não oram com o objetivo de informar a Deus sobre coisas que Lhe sejam desconhecidas, ou de instigá-lO a cumprir Sua obrigação, ou de conclamá-lO, como se estivesse relutante. Pelo contrário, eles oram a fim de que possam despertar a si mesmos com o intuito de buscá-lO, exercitar sua fé na meditação em Suas promessas, aliviar-se de suas ansiedades ao derramar-se em Seu seio; em uma palavra, que possam declarar que têm esperança e esperam dEle somente, para si mesmos e para os outros, todas as coisas boas.”

Se a oração dos fariseus era hipócrita e a dos pagãos mecânica, a oração dos cristãos por sua vez deve ser verdadeira – sincera em oposição à hipocrisia, reflexiva em oposição à mecânica.

A chamada oração do Pai-Nosso foi dada por Jesus como um modelo de como deve ser a oração genuína do cristão. De acordo com Mateus. Ele a deu como um padrão a ser copiado (“Vocês orem assim...”, v.9); de acordo com Lucas, como uma forma a ser usada (“Quando vocês orarem, digam...”, Luc 11.2). Na verdade, podemos usar a oração de ambas as maneiras.

Jesus nos ensinou a nos dirigirmos a Deus como “Pai nosso, que estais nos céus” (v.9). Isso implica, primeiramente, que Ele é pessoal. Ele talvez esteja na famosa expressão de C. S. Lewis. “para além da personalidade”, mas, com certeza, não se encontra aquém. Em segundo lugar, Ele é amoroso. Não é o tipo de pai que ouvimos às vezes – autocrata, playboy, beberrão – mas alguém que preenche os ideais de paternidade no cuidado amoroso com os seus filhos. Em terceiro lugar, Ele é poderoso. Aquilo que o Seu amor indica, Seu poder é capaz de realizar. É sempre sábio, antes de orarmos, passar um tempo lembrando quem é aquEle a quem estamos nos dirigindo.

Para saber mais: Mateus 6.7-13               


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