"Todo aquele que ler estas explanações, quando tiver certeza do que afirmo, caminhe lado a lado comigo; quando duvidar como eu, investigue comigo; quando reconhecer que foi seu o erro, venha ter comigo; se o erro for meu, chame minha atenção. Assim haveremos de palmilhar juntos o caminho da caridade em direção àquele de quem está dito: Buscai sempre a Sua face."

Agostinho de Hipona



quarta-feira, 16 de novembro de 2011

O olhar de cada um!

Essa semana li uma reportagem de um médico californiano que promete técnica a lazer, que transforma olhos castanhos em azuis. Embora ainda não aprovado nos Estados Unidos, testes foram realizados e muitos já estão de ‘olho’ para investir alguns milhares de dólares e conseguir o tão sonhado olhar azul.


As Escrituras Sagradas nos ensinam acerca do olhar. Veja que após criar todas as coisas, Deus viu tudo o que fizera e era tudo muito bom (Gn 1.31). Adão quando vê a mulher que Deus criara para ele, faz poesia e se alegra (Gn 2.22-23). É o olhar da contemplação, da satisfação, da gratidão! Já no relato da desobediência (Gn 3) encontramos a declaração: “Vendo a mulher que a árvore era... agradável aos olhos... tomou do fruto e comeu e deu também ao marido, e ele comeu”. O olhar da cobiça, da desobediência, da queda!



O olhar, então, pode tomar dois caminhos: o caminho do enxergar, julgar,concluir e satisfazer-se adorando a Deus em obediência, e o caminho do enxergar e ser tentado, ser seduzido, sucumbindo em pecado pela desobediência a Deus. Após uma derrota no projeto de conquista da terra prometida, Josué ora a Deus perguntando o porquê daquela situação. Deus responde dizendo haver pecado no meio do povo e mostra o culpado: Acã. A confissão de Acã reafirma o cuidado que devemos ter com nosso olhar: “Quando vi entre os despojos uma boa capa babilônica, e duzentos siclos de prata, e uma barra de ouro do peso de cinquenta siclos, cobicei-os e tomei-os; e eis que estão escondidos na terra, no meio da minha tenda, e a prata, por baixo.” (Josué 7:21). Davi e Jó, personagens bíblicos bem conhecidos, afirmam ter feito um compromisso em cuidar do que olham para não pecar contra Deus – Jó 31.1; Sl 101.3.


Aprendemos com Jesus a olhar para a Sua criação e contemplar toda grandeza e beleza presentes (você tem conseguido fazer isso?), para enxergar o cuidado, a provisão e o propósito de Deus por trás de tudo isso, experimentando descanso e vitória sobre a ansiedade – Mateus 6.25-34. Mas também aprendemos com Jesus a ter cuidado com o que olhamos, pois pode nos levar ao pecado – Mateus 5.28-29.


Olhemos dois olhares distintos. Abrão era muito rico. Com ele estava seu sobrinho Ló, que também foi ficando muito rico. Certa vez os empregados dos dois entraram em conflito, pois eram muitos habitando em um lugar que não estava mais comportando toda multidão
de rebanho. Antes de a contenda chegar ao tio e sobrinho, Abrão deu liberdade a Ló para escolher para onde ir, uma vez que a busca de novos campos era a solução. O texto bíblico registra: “Levantou Ló os olhos e viu toda a campina do Jordão, que era toda bem regada (antes de haver o Senhor destruído Sodoma e Gomorra), como o jardim do Senhor, como a terra do Egito, como quem vai para Zoar.” (Gênesis 13:10). Não é preciso dizer que após esta olhada, Ló escolheu ficar com a campina do Jordão, local bastante fértil. Ló é um homem natural, que pensa primeiro nele, em suas necessidades. Quer garantir seu amanhã, ele quer as coisas prontas. Ir para o deserto dá trabalho. Ele busca a facilidade, evita desafios, faz escolhas pela lógica e não consulta a Deus: este é o olhar de Ló!


Após a decisão de Ló, Abrão segue seu caminho em outra direção. Deus vai até ele e diz: “... Ergue os olhos e olha desde onde estás para o norte, para o sul, para o oriente e para o ocidente; porque toda essa terra que vês, eu te darei, a ti e à tua descendência, para sempre.” Gn 13.14b-15. No meio do nada Abrão é levado por Deus a olhar para o futuro. O olhar de Abrão é dirigido por Deus. Deus está do seu lado! Talvez ainda sem entender toda a dimensão daquela visão, Abrão se entrega e confia que o Deus que o levou até ali, o levará até o final. O Deus que o chamou está presente guiando sua história, provendo os recursos. Abrão crê e adora a Deus (Gn 13.18): este é o olhar de Abrão!


Como anda seu olhar? A forma como olhamos define como vivemos!

Nenhum comentário:

Postar um comentário